sábado, 2 de outubro de 2010

A Direita ao ataque contra a ALBA

Sexta-Feira, 01 de outubro de 2010
01.10.10 - EQUADOR
Por trás do golpe no Equador. A direita ao ataque contra a ALBA





Eva Golinger *

Adital -

Tradução: ADITAL Organizações financiadas pela USAID e NED pedem a renúncia do presidente Correa, apoiando o golpe de Estado promovido por setores da polícia equatoriana, profundamente penetrada pelos Estados Unidos.
Uma nova tentativa de golpe contra um país da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) atenta contra a integração latinoamericana e o avanço dos processos de revolução democrática. A direita está no ataque. Seu êxito em 2009 em Honduras contra o governo de Manuel Zelaya encheu-a de energia, força e confiança para poder arremeter contra os povos e governos de revolução na América Latina.
As eleições do domingo, 26 de setembro, na Venezuela, apesar de que resultaram vitoriosas, principalmente para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cederam espaço às mais reacionárias e perigosas forças de desestabilização que estão a serviço dos interesses imperiais. Os Estados unidos conseguiram colocar suas peças chaves na Assembleia Nacional da Venezuela, dando-lhes uma plataforma para avançar com seus planos conspirativos para socavar a democracia venezuelana.
No dia seguinte às eleições na Venezuela, a líder pela paz na Colômbia, Piedad Córdoba, foi desabilitada como Senadora da República da Colômbia pela Procuradoria Nacional, baseando-se em acusações e evidências falsas. Porém, o ataque contra a Senadora Piedad simboliza um ataque contra as forças do progresso na Colômbia que buscam soluções verdadeiras e pacíficas ao conflito de guerra em que vivem por mais de 60 anos. E agora, na quinta-feira, 30 de setembro, o Equador amanheceu sob golpe. Policiais insubordinados tomaram várias instalações na capital, Quito, criando caos e pânico no país. Supostamente, protestavam contra uma nova lei aprovada pela Assembleia Nacional na quarta-feira passada, que, segundo eles, recortava seus benefícios trabalhistas.
O Presidente Rafael Correa, em uma tentativa de resolver a situação, dirigiu-se à polícia insubordinada; porém, foi atacado com objetos contundentes e bombas de gás lacrimogêneo, causando-lhe um ferimento na perna e asfixia devido ao gás. Foi trasladado ao hospital militar na cidade de Quito, onde, em seguida foi sequestrado e mantido à força, sem poder sair.
Enquanto isso, movimentos populares tomavam as ruas de Quito, reclamando a libertação de seu presidente, reeleito democraticamente no ano passado com uma imensa maioria. Milhares de equatorianos levantaram sua voz em apoio ao presidente Correa, tentando resgatar sua democracia das mãos de forças golpistas que buscavam provocar a saída forçada do governo nacional.
Apesar dos acontecimentos, há fatores externos envolvidos nessa tentativa de golpe, que movem de novo suas peças.
POLÍCIA INFILTRADA
Segundo o jornalista Jean-Guy Allard, um informe oficial do Ministro da defesa do Equador, Javier Ponce, difundido em outubro de 2008, revelou que "diplomatas estadunidenses se dedicavam a corromper a polícia e as forças armadas".
O informe afirmou que unidades da polícia "mantêm uma dependência econômica informal com os Estados Unidos, para o pagamento de informantes, capacitação, equipamento e operações".
Em resposta à informação, a embaixadora dos Estados Unidos no Equador, Heather Hodges, declarou: "Nós trabalhamos com o governo do Equador, com os militares e com a polícia para fins muito importantes para a segurança", justificando a colaboração. Segundo Hodges, o trabalho com as forças de segurança do Equador está relacionado com a "luta contra o narcotráfico".
A EMBAIXATRIZ
A Embaixatriz Heather Hodges foi enviada ao Equador, em 2008, pelo então Presidente George W. Bush. Anteriormente, teve uma gestão exitosa como embaixatriz na Moldávia, país socialista que antes fazia parte da União Soviética. Na Moldávia, deixou semeada a pista para uma "revolução de cores", que aconteceu, sem êxito, em abril de 2009, contra a maioria eleita do Partido Comunista, no Parlamento.
Hodges esteve à frente do Escritório de Assuntos Cubanos, como Subdiretora em 1991, divisão do Departamento de Estado, que se dedica a promover a desestabilização em Cuba. Dois anos depois, foi enviada a Nicarágua para consolidar a gestão de Violeta Chamorro, presidente selecionada pelos Estados Unidos, após a guerra suja contra o governo sandinista, que saiu do poder em 1989.
Quando Bush a enviou ao Equador era com a intenção de semear a desestabilização contra Correa, no caso de que o presidente equatoriano se negasse a subordinar-se à agenda de Washington. Hodges conseguiu incrementar o orçamento da USAID e NED para organizações sociais e grupos políticos que promovem os interesses dos Estados Unidos, inclusive no setor indígena.
Ante a reeleição do presidente Correa, em 2009, baseada na nova Constituição aprovada em 2008 por uma maioria contundente de equatorianos/as, a Embaixada começou a fomentar a desestabilização.
USAID
Alguns grupos sociais progressistas expressaram seu descontento com as políticas do governo de Correa. Não há dúvida de que existem legítimas queixas a seu governo. Nem todos os grupos ou organizações que estão contra as políticas de Correa são agentes imperiais. Porém, é certo que existe um setor dentro deles que recebe financiamento e linhas para provocar situações de desestabilização no país, além das expressões naturais de crítica ou oposição a um governo.
Em 2010, o Departamento de Estado aumentou o orçamento da USAID no Equador para mais de 38 milhões de dólares. Nos últimos anos, um total de $ 5.640.000 em fundos foi investido no trabalho de "descentralização" no país. Um dos principais executores dos programas da USAID no Equador é a mesma empresa que opera com a direita na Bolívia: Chemonics, Inc. Ao mesmo tempo, a NED outorgou um convênio de $ 125.806 para o Centro para a Empresa Privada (CIPE), para promover os Tratados de Livre Comércio, a globalização e a autonomia regional através da rádio, TV e imprensa equatorianas, juntamente com o Instituto Equatoriano de Economia Política.
Organizações no Equador, como Participação Cidadã e Pró-Justiça dispõem de financiamento da USAID e NED tanto como membros e setores de CODEMPE, Pachakutik, CONAIE, a Corporação Empresarial Indígena do Equador e a Fundação Qellkaj.
Durante os acontecimentos da quinta-feira, 30 de setembro no Equador, um dos grupos com setores financiados pela USAID e NED -Pachakutik- emitiu um comunicado respaldando a polícia golpista, exigindo a renúncia do presidente Rafael Correa e responsabilizando-o pelos fatos. Inclusive, o acusou de manter uma "atitude ditatorial":
"PACHAKUTIK PEDE A RENÚNCIA DO PRESIDENTE CORREA E CHAMA A CONFORMAR UMA SÓ FRNETE NACIONAL
Boletim de Imprensa 141
O Chefe do Bloco do Movimento Pachakutik, Cléver Jiménez, diante da grave comoção política e crise interna gerada pela atitude ditatorial do Presidente Rafael Correa, ao violentar os direitos dos servidores públicos e da sociedade em seu conjunto, convocou ao movimento indígena, movimentos sociais, organizações políticas democráticas a constituir uma só frente nacional para exigir a saída do presidente Correa, ao amparo do que estabelece o Art. 130, inciso 2 da Constituição, que diz ‘A Assembleia Nacional poderá destituir o presidente da República nos seguintes casos: 2) Por grave crise política e comoção interna’.
Jiménez respaldou a luta dos servidores públicos do país, incluindo aos policiais de tropa que se encontram mobilizados contra as políticas autoritárias do regime que pretende prejudicar direitos trabalhistas adquiridos. A situação dos policiais e membros das Forças Armadas deve ser entendida como uma justa ação de servidores públicos, cujos direitos foram vulnerados.
Pachakutik está convocando para esta tarde a todas as organizações do movimento indígena, aos trabalhadores, homens e mulheres democráticos a construir a unidade e preparar novas ações em rechaço ao autoritarismo de Correa, em defesa dos direitos e garantias de todos os equatorianos.
Responsável de Imprensa
Bloco Pachakutik".
A guia utilizada na Venezuela e em Honduras se repete. Tentam responsabilizar ao Presidente e ao governo pelo "golpe", forçando sua saída do poder. O golpe contra o Equador é a próxima fase da agressão permanente contra a Alba e os movimentos revolucionários na região.
O povo equatoriano se mantém mobilizado em rechaço à tentativa golpista, enquanto as forças progressistas da região se agrupam para expressar sua solidariedade e respaldo ao presidente Correa e ao seu governo.

* Advogada venezuelano-estadunidense

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O TURISTA ACIDENTAL Por alberto ramos

Achei este texto uma perola e, não me contive em postar neste espaço
Hostilio
O turista acidental V - concordando com Arnaldo Jabor ou esta gentinha precisa ficar no seu lugar
Alberto Ramos
Em artigos anteriores já comentei como sou, por definição, um Turista Acidental. Explico com detalhes no primeiro artigo desta série (O TURISTA ACIDENTAL I – O ASILADO E A POLICIA FEDERAL)

Há poucos dias fui mais uma vez turista acidental ao viajar para o congresso europeu de diabetes.

Sinceramente, nunca tinha passado por tantos desconfortos como passei nesta viagem.

Viajei pela TAP e apesar da boa alimentação e da cortesia da tripulação (da ida) ficamos extremamente desconfortáveis naquela lata de sardinha. E não é qualquer lata. É daquelas que não tem lugar nem para o óleo.

Ao chegar a Lisboa fomos para a fila do passaporte. Perguntei ao não tão gentil funcionário se nós que estávamos apenas em trânsito para outro país, precisávamos enfrentar aquela quilométrica fila. Ele informou que, como Lisboa era a porta de entrada para a comunidade europeia, todos teriam que ficar na fila. Argumentei ainda que já que todos passavam pelo controle de passaportes seria mais inteligente que, ao invés de apenas um funcionário para atender todos os passageiros de três aviões que estavam chegando do Brasil (Salvador, Recife e Fortaleza), fossem disponibilizados mais funcionários. Afinal de contas, Portugal sendo a porta de entrada da Europa, deveria incentivar os turistas a não apenas passar por lá e sim demorar alguns dias para conhecer as inúmeras belezas do país.

Ele não se dignou a responder e todos gramamos em torno de duas horas e meia de fila, o que não foi nada agradável após oito horas de voo.

Na volta a história foi menos sofrida e mais espantosa.

Naquela conversa inicial que o comandante tem com os passageiros ele informou que poderíamos escolher entre quatro bons filmes, de categorias diferentes (ação, drama, infantil, etc.). Cerca de vinte minutos após o início do voo as comissárias nos distribuíram os fones de ouvidos para que pudéssemos assistir aos filmes. Para minha surpresa, todos os filmes já estavam em andamento. Chamei a moça e perguntei como fazer para assistir o filme do início. Ela disse que não tinha como. Disse-me que na hora em que o comandante falou conosco deu início aos filmes. Argumentei que filme pela metade era incompatível com os bons costumes (cinéfilos). Ela me disse: “mas senhor, faz apenas 20 minutos que começou!!!”.

Ainda tive vontade de perguntar se ela e o comandante eram portugueses. Porém resolvi não fazer esta piada óbvia e sem graça.

Mas o que mais me incomodou foi outra coisa.

Há algumas semanas li uma coluna de Arnaldo Jabor sobre como caiu o nível das pessoas que frequentam os aeroportos do Brasil. Nessa crônica, o ínclito colunista mostrou-se escandalizado de como as pessoas se vestiam mal, se portavam mal, falando alto e dando gargalhadas extemporâneas. Cometiam gafes imperdoáveis nos aviões ao não saber a diferença entre um cabernet e um pinot. Não sabiam que talheres usar. Não colocavam os guardanapos no colo. Alguns penduravam ao pescoço.

Em suma, um verdadeiro suplício para os bens nascidos que tinham que conviver com esta patuléia que ascendeu de classe neste governo populista.

Quando li esta crônica confesso que achei um pouco de exagero.

Mas agora, ao sentir na pele o que é conviver com esta “gentinha”, passei a achar que Arnaldo Jabor é o nosso profeta e José Serra é o único deus dos que tem bom gosto e que não querem se misturar com todo tipo de gente.

Alguém pode perguntar: porque José Serra?

Respondo eu: ele é a única esperança que temos nós os esnobes, preconceituosos, racistas, segregacionistas e aqui para nós, nazistas e fascistas. Só ele pode derrotar Dilma, a criatura da besta fera que permitiu o acesso desta gentinha a estes “luxos”.

Temos que nos libertar dos grilhões deste tal de discurso politicamente correto e dar nomes aos bois. Ou sendo mais finos, nomeando os bovinos. Nós não queremos e não podemos conviver com este povo do andar de baixo.

Não é possível conviver com esta galera! Eles são deploráveis.

Bom era no tempo da ditadura e de FHC onde esta gentinha conhecia o seu lugar.

Agora não. Todo mundo se acha igual!

Disgusting!

A única forma de evitar isto é votar contra a candidata da besta fera que permitiu que a galera de baixo tivesse acesso ao que antes só nós desfrutávamos.

Proponho fazer uma corrente em todos os meios de comunicação, usando todos os meios necessários. Do Índio da Costa que quer acabar com o Prouni (para que pobre em universidades?), passando pelos que querem acabar com os programas de inclusão e até usando aquele pastor Malafaia que pode até ser um canalha para arrecadar dinheiro dos bestas, mas está do nosso lado.

E vamos conclamar outros com o mesmo nível moral deles. São muitos.

Além disto, vamos cada vez mais publicar mentiras sobre a besta fera e a sua pupila. Vale tudo. Lembrem-se que está em jogo a nossa exclusividade em voos internacionais já que nos nacionais a plebe ignara já tomou conta.

Um detalhe que ocasionou um conflito no meu parco juízo.

Como o voo atrasou em Lisboa tive oportunidade de conversar com alguns dos “pobres”.

Algumas histórias eram interessantes:

Um grupo familiar de três irmãos e uma mãe me disse que eles visitaram uma irmã que mora há oito anos em Portugal. Que pela primeira vez, ao invés de estarem recebendo a visita da parenta rica que mora na Europa, eles estavam indo a Europa, vendo como a irmã vivia, conhecendo um mundo novo e, o mais importante, se sentindo tão dignas quanto a irmã que lá mora.

A mãe chorava de emoção.

Achei comovente.

Outro grupo com quem conversei era formado por quatro casais de terceira idade sendo que três das mulheres e um dos homens eram professores de história aposentados. Que nunca tinham tido a oportunidade de fazer uma viagem internacional. No entanto, com a melhoria dos proventos dos aposentados tinham pela primeira vez, visitado alguns dos sítios históricos que tinham ensinado durante toda a sua vida acadêmica aos seus alunos e que nunca tinham tido a oportunidade de visitar.

Lembrei-me da minha mãe, professora de história (excelente professora) que morreu sem ter a oportunidade de visitar estes sítios e fatos históricos que ela descrevia tão bem.

Nesta hora eu balancei.

E resolvi mandar o Nosferatu José Serra e seus apaniguados incluindo AMARGO JABOR e todos os imbecis que defendem estas ideias fascistas para (com licença do palavrão) para a puta que os pariu!